Thursday, May 18, 2017

Eu errei

Eu errei quando pensei
Que a minha opinião não valeria
Que tanto fazia o meu voto
E a minha posição

Achei que poderia deixar
Para os outros irmãos
O trabalho, a missão,
De fazer funcionar.

Ingenuidade imatura,
Pensar superada a ditadura,
A escravidão, a tortura,
E ver que hoje em dia
Continua viva e dura.

Simplesmente eu não sabia
Consciência não tinha
De ver a luta histórica
No dia-a-dia.

Foi erro só enxergar política
No tempo de eleição
Foi erro me abdicar
De construir e influenciar.

Pior ainda esquecer
Que quem produz é o povo
Por isso, política é a feira,
A praça, a escola, a plantação.

Errei por me calar
E não dizer aos jovens
Que é preciso avançar
Através da democracia
Para a libertação.

A terra nossa
Tirar alimento do chão
Ser tudo que é nosso
Os royalties do petróleo
Para saúde e educação.

Eu simplesmente achei
Que independente de mim
Tudo estava caminhando
Mas não.

Até que o golpe foi chegando
E a gora veja, onde estamos!
Andamos para trás,
regredimos anos!


É preciso parar de pisar no próximo
É preciso que o “ouro” do Brasil
Seja nosso.


Saturday, May 13, 2017

Papel Branco

Eu acordo tão carente
Bebo um café quente
Escovo os dentes
Emociono-me em frente

Ao papel branco.

Escrevo para correr
Da cristalização do tempo
Que faz pensar o sentimento
Como determinação.

Escrevo para desenvolver
O que eu sinto
Para permitir sentir
Fazer crescer.

Cada letra que se faz palavra
Ideia que se torna texto
Sinto que mexo
Profundo em mim.

Lá fora tem Sol
Aqui dentro está frio
É outono
Quero tudo ao mesmo tempo.

Poesia e desenho todo dia,
Sol, música, fotografia,
Estudo, praia, criar,
Vida, forma, silêncio.

Quando escrevo,
Quiçá me liberto,
Do que fez de mim

O tempo.

Sunday, May 07, 2017

Sensação contemporânea


Gosto de ouvir
o barulho das máscaras caindo
Por mais que, às vezes,
me doam os ouvidos.

Gosto do chocalhar
da roupa suja lavando
Gosto de ouvir o povo
na rua gritando!

Às vezes consigo criar
Frestas no tempo
E apenas observar.

Ei, você que está vivo,
Para onde está indo?

Às vezes o tempo é o ônibus,
O vento do pneu no asfalto
Vem no rosto pelo meio fio.

Passou.

Às vezes durmo no ponto,
Mas continuo indo.