Contigo eu não sei, mas comigo, aniquilou a possibilidade de eu ter uma bolsa de doutorado. Fez eu me sentir ainda mais vulnerável na condição de trabalhadora brasileira, cujos direitos foram ameaçados e roubados.
O golpe fez a violência aumentar em minha volta, topo tipo que se possa imaginar, pessoalmente e através das mídias, aumentaram guerras, mortes, crimes, balas perdidas, desemprego, desespero. Aumentou a percepção da profundidade da corrupção do país: o poder judiciário imparcial, corrupto e insano.
Através do golpe eu aprendi alguns dos elementos essenciais da soberania do Brasil: a água, o petróleo, o nióbio, a Educação, as terras, a Amazônia, a cultura, a democracia, etc. Pois são estes os elementos que o capitalismo selvagem das economias centrais contemporâneas mais cobiça e, por isso, financia o desmonte do Brasil, apoiando a candidatura de homens e mulheres que se comprometem em entregar-lhes as nossas riquezas, através das privatizações
dos recursos e das instituições estatais do nosso país.
Esse golpe me fez perceber o quanto o projeto do capitalismo selvagem é eficiente e o quanto a esquerda está dividida e desmobilizada diante dos problemas de hoje. Existe uma anestesia política pairando no ar, ao mesmo tempo em que notícias sensacionalistas nos roubam a atenção para nos desmobilizar mais ainda.
Nós temos todos os motivos para não fazermos nada: estamos cansados, explorados, expropriados, endividados, mobilizados pela zona de conforto e pela zona de opressão, sem tempo para nós mesmos, individualizados egoística e racionalmente em nossos quadrados.
Não sabemos o que fazer e mesmo se soubéssemos, talvez, não faríamos, afinal, dá muito trabalho projetar a mudança de um país.
Afinal, somos muito pequenos para lutarmos contra o aparelho de hegemonia do capitalismo selvagem, eles têm bombas atômicas, exércitos e
canhões, e nós, o que temos?
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